O Brasil perdeu uma referência na pesquisa agrícola: morreu no sábado em Lavras, Alfredo Scheid Lopes

Faleceu no sábado, dia 23, em Lavras, o professor Alfredo Scheid Lopes, com 82 anos. Ele era natural de Minduri (MG), mas era cidadão lavrense, título que recebeu do vereador Marcos Possato. Alfredão, como era mais conhecido em Lavras, foi professor da Universidade Federal de Lavras (Ufla) e deixa esposa (Selma) e um casal de filhos.
Alfredo foi estudante do Instituto Gammon e da Escola Superior de Agricultura (ESAL), hoje Ufla. Ele ingressou na ESAL em 1962, como professor do Departamento de Solos, fez mestrado e o Ph.D nos Estados Unidos. Ele foi o responsável por mapear e pesquisar o solo do cerrado brasileiro, seus estudos proporcionaram às regiões de Tocantins, Goiás e Minas Gerais se tornarem hoje uma das maiores produtoras de grãos do país.
O então ministro Alisson Paulinelli, baseado nas pesquisas de Alfredo, fez a ocupação do Cerrado na década de 70, o que mudou a história da produção agrícola no Brasil e no mundo, pois hoje o país alimenta um terço do planeta com a produção brasileira de grãos. O cerrado, que foi um terreno pobre, hoje consegue produzir numa área em um ano, milho, soja e trigo, o que levou o país a ser o campeão mundial em manejo em agricultura tropical.
Ele fez conferência em 13 países e fez visitas técnicas em 7 outros. A morte do professor Alfredo Scheid Lopes foi uma perda irreparável para a ciência mundial. Ele e o seu amigo e ex-ministro da agricultura Alisson Paulinelli, escreveram o mais importante capítulo da história da agricultura mundial.
Além de ser uma das maiores autoridades em fertilidade do solo no planeta e uma das pessoas mais respeitadas no mundo do agronegócio, ele se destacou também no esporte: foi jogador de futebol do Fabril Esporte Clube, campeão sul-americano em salto em altura, jogou vôlei e fez parte da seleção mineira de atletismo.

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