O presidente Jair Bolsonaro incluiu igrejas e agências lotéricas na lista de serviços e atividades essenciais

O presidente Jair Bolsonaro incluiu igrejas e agências lotéricas na lista de serviços e atividades essenciais que podem funcionar durante a situação de emergência no País em decorrência do novo coronavírus. A decisão, tomada por meio de decreto - que não depende de aval do Congresso, abre brechas nas restrições impostas por governadores e prefeitos para reduzir a circulação de pessoas e evitar a propagação da doença.
Em uma mudança de orientação do governo, Bolsonaro tem criticado medidas adotadas na maior parte do País para conter o avanço da covid-19. Na terça-feira, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, o presidente afirmou que "algumas poucas autoridades, estaduais e municipais, devem abandonar o conceito de terra arrasada", em medidas como a "proibição de transportes", o "fechamento do comércio" e o "confinamento em massa" - adotadas em diversos países para evitar a propagação do vírus e o colapso do sistema de saúde. O argumento é de que os efeitos na economia resultarão em milhões de desempregados. O fim do isolamento, no entanto, contraria recomendações médicas e vai de encontro ao que o próprio Ministério da Saúde defendia até a quarta-feira.
Bolsonaro já havia anunciado na quarta-feira, pelas redes sociais, que incluiria as lotéricas na lista de serviços autorizados a funcionar. Segundo ele, 2.463 dos 12.956 estabelecimentos no País estão fechados por decisões estaduais ou municipais.
Em relação às igrejas, o decreto afirma que seu funcionamento deve seguir as recomendações do Ministério da Saúde. Os templos vinham limitando suas atividades presenciais para evitar aglomerações e se valendo das tecnologias virtuais para fazer cultos e missas e assim diminuir os riscos de propagação do vírus. Com a decisão de Bolsonaro, elas ficam liberadas da quarentena. Em alguns locais, como São Paulo e Santa Catarina, igrejas foram à Justiça para garantir a realização de cultos.
O decreto, porém, faz a ressalva de que as atividades religiosas devem seguir as orientações do Ministério de Saúde, que tem sido de evitar aglomerações e manter distanciamento social.

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