O LabCovid, laboratório da Universidade Federal de Lavras (Ufla) para a realização de testes moleculares de diagnóstico da Covid-19, realizou um trabalho em parceira com o Laboratório de Ecologia Microbiana e Bioinformática do Setor de Microbiologia da Ufla, de sequenciamento do genoma do vírus da Covid-19. As amostras foram colhidas pelo LabCovid e o trabalho de sequenciamento foi realizado pelo professor Victor Sartler Pylro, que trabalhou na Fiocruz de 2015 a 2017 e é professor da Ufla desde 2018.
Em 19 amostras colhidas pelo LabCovid e sequenciadas pelo Laboratório de Ecologia Microbiana e Bioinformática do Setor de Microbiologia da Ufla, foram identificadas quatro variantes, sendo: B.1.1.7, conhecida como variante do Reino Unido; variante P.1, a variante de Manaus; variante P.2, do Rio de Janeiro; e variante B.1.1.28, a variante brasileira.
Das amostras analisadas e sequenciadas foram identificadas as variantes do Reino Unido, a B.1.1.7 (uma amostra de Nepomuceno) e a de Manaus, P1 (seis amostras), que são consideradas como variantes de atenção pela Organização Mundial de Saúde por apresentarem um elevado poder de transmissibilidade.
A variante P.2, do Rio de Janeiro, foi identificada em 7 amostras e a variante B.1.1.28, a variante brasileira, foi sequenciada e identificada em 5 amostras.
Segundo o professor Victor Sartler Pylro, o estudo genômico das variantes do coronavírus que estão circulando em Lavras e na região, foi enviado para a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Ainda de acordo com o professor Victor Pylro, é importante identificar para poder conter a multiplicação do vírus.
É extremamente importante mapear o genoma de um vírus para ajudar a entender o percurso da transmissão e o tempo em que ele está presente em determinada região. Ao desvendar o histórico do coronavírus, como fez o professor e pesquisador Victor Sartler Pylro, as autoridades e pesquisadores podem adotar as medidas adequadas para tentar conter sua disseminação, como foi feito em Wuhan, na China, quando foi identificado a presença do vírus Sars-CoV.
A prefeita de Nepomuceno, Iza Menezes, foi informada sobre a presença da variante do Reino Unido naquela cidade, imediatamente ele reuniu com o Comitê Intersetorial de Combate e Enfrentamento à Pandemia e decidiu que será intensificada a fiscalização naquele município.
Para isso, Iza disse que contratará mais fiscais e se não tiver resultados e apoio da população, a cidade poderá tomar medidas mais restritivas e punitivas, com a ajuda e a presença da Polícia Militar.
A variante mais perigosa e letal é a da Índia, que já foi identificada no Nordeste do Brasil, mas em Lavras e região ainda não se tem registro desta cepa que é muito letal.
O trabalho do LabCovid poderá ser estendido para mais de cem cidades do Sul de Minas e Campo das Vertentes, pelo menos é o que espera uma comissão de deputados mineiros, que vão apresentar uma proposta ao Governo do Estado.
São coordenadores do LabCovid a professora Joziana Muniz de Paiva Barçante e o médico José Cherem.