Quem acompanha o mercado cafeeiro tem percebido que o preço da saca de café está em alta. Durante o mês de agosto o preço da saca de 60 kg do café arábica tipo 6 bebida dura fechou acima dos R$ 1 mil praticamente todos os dias. Diversos fatores podem fazer o preço subir, mas, especialistas apontam que a elevação atual se deve, principalmente, à quebra de safra.
O preço do café vem subindo ao longo dos meses e antes mesmo das geadas já era possível observar uma alta, com valores acima de R$ 800 reais a saca já no mês de maio, conforme indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Isso vem ao encontro da explicação do presidente do Centro do Comércio de Café do Estado de Minas Gerais, Archimedes Coli Neto.
“Essa alta se deve a uma quebra de safra que nós estamos colhendo e que termina agora em setembro, então isso está se confirmando com uma redução bastante grande com relação à colheita e também a expectativa de uma safra não muito grande para o ano que vem devido às geadas e ao clima seco. Isso vem favorecendo os preços de café e o mercado já está sentindo isso e muito preocupado com a oferta, ele vem subindo e vem mantendo preços firmes,” comentou.
A quebra de safra é uma redução, geralmente bastante significativa do que estava previsto para a colheita. Geralmente ela acontece devido a fatores climáticos, ataque de pragas ou pela disseminação de doenças nas plantações. Segundo o vice-presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Poços de Caldas - Café Poços, Marco Antônio Lobo Sanches, a quebra da safra deste ano já era esperada devido à seca prolongada.
“Faltou água e os cafés apresentaram muito defeito, quer dizer, a escolha e a cata do café aumentou muito, vamos dizer 30%, 32%, com isso vem a quebra, onde os grãos maiores são menores, com defeito, torto, mal formado, grão que poderia dar peneira alta têm um defeito de formação A qualidade se mantém, mas a quantidade de café de qualidade é que cai, então realmente a quebra é significativa,” explicou.