Os reservatórios das usinas hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste atingiram nível inferior a 20% e operam com apenas 19,92% de sua capacidade de armazenamento. Responsáveis por cerca de 70% da geração hídrica do país, os reservatórios registraram em agosto a pior média mensal de ocupação de toda a série histórica, iniciada em 2000.
Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a previsão é de novo recorde negativo neste mês e que os reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste e Sul registrem apenas 15,2% e 22,6%, respectivamente, de suas capacidades de armazenamento no fim de setembro.
Em agosto do ano passado o índice era de 42,3%. Em 2001, ano em que o país enfrentou uma crise energética que levou ao racionamento de energia, o mês de agosto terminou com 23,4% de volume de água dos reservatórios.
Em julho deste ano, o ONS já havia registrado o menor patamar de armazenamento médio mensal obtido nas hidroelétricas das duas regiões, com 25,97%. Dentro do sistema, os volumes mais afetados são de Furnas, que atingiu 18,02%, da usina de Nova Ponte, com 12,16%, Emboracação, com 11,82%, e Itumbiara, com 11,36%.
O país enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Além da escassez nos reservatórios das principais usinas hidrelétricas, as perspectivas de chuvas na região Sul não estão se concretizando. Para garantir o abastecimento de energia elétrica, o governo tem autorizado o acionamento de usinas termelétricas, que têm custo alto, provocando impacto na conta de luz.
Com o agravamento da seca, o governo pretende fazer uma contratação simplificada de energia e de reserva de capacidade para enfrentar a crise.